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Crítica | John Wick 4: Baba Yaga

Quarto capítulo de “John Wick” eleva novamente a barra do cinema de ação. E é o melhor da saga até então.

Há uma cena em “Baba Yaga” em que a Akira, personagem da Rina Sawayama, escala o corpo de um cara bem maior que ela cravando adagas em seu corpo enquanto o sujeito, desesperado, tenta subir correndo escadas. É parte de um segmento grandioso em um hotel luxuoso em Osaka, com ambientes futuristas iluminados em neon.

Ele serve para ilustrar bem o que esse quarto capítulo de “John Wick” é: uma oportunidade para o diretor Chad Stahelski cavar fundo as possibilidades do cinema de ação acompanhado da estética mais impressionante que ele conseguir.

Já era assim desde a primeira aventura, lançada em 2014. A trama simples de um ex-matador, arrastado de volta à vida de crimes após ter seu cachorro assassinado pelo filho de um mafioso, foi contada com tanto estilo que criou uma onda de filmes parecidos dali em diante.

Imagem: Paris Filmes

E nesse novo longa, a fórmula chega ao ápice. Tudo é maior, mais grandioso, mais impressionante, mais desenfreado, mais belo que nos episódios anteriores. Em “John Wick 4: Baba Yaga”, o personagem de Keanu Reeves tem sua cabeça colocada a prêmio pela alta cúpula mundial de assassinos após matar o maior chefe da organização.

Quem comanda a caçada é o Marquês Vincent de Gramon (Bill Skarsgård, deliciosamente cartunesco), que garante uma porção de dificuldades a Wick ao redor do globo. A aventura envolve também outras figuras que parecem retiradas de páginas de mangás, como o assassino cego Caine (interpretado pelo Donnie Yen), o guarda costas quase imparável Chidi (Marko Zaror), o rastreador Sr. Ninguém (Shamier Anderson) e sua cachorra.

Há, pelo menos, oito sequências de ação espetaculares. Uma perseguição a cavalo no deserto. A invasão no Hotel Continental de Osaka com uma cena na cozinha envolvendo campainhas e outra numa exposição. Uma onde assassinos brigam numa balada em Berlim em que os frequentadores continuam dançando enquanto os corpos são contados…

Imagem: Paris Filmes

A lista segue com a parte ao redor do Arco do Triunfo, em Paris, em que o trânsito dá um nível maior de perigo. Outra em Paris, na qual a câmera pega a ação por cima, como se estivéssemos seguindo um videogame 2D. Mais uma onde ele precisa subir os degraus de uma igreja, e, por fim, a na frente da igreja, em um duelo.

A direção, além de esticar a criatividade em tais momentos de pura ação desenfreada, faz questão de caprichar em enquadramentos que dão a noção do quão aqueles personagens, na verdade, são pequenos em relação ao todo que é tal universo de assassinos. Há partes em que ele posiciona a câmera com os personagens diminutos em cenários bem maiores que eles, inclusive em takes longos, explicitando o trabalho deles em locomoção.

Um dos mais bonitos é com o personagem do Ian McShane, o gerente do Hotel Continental de Nova Iorque, andando na frente de uma coleção de quadros enormes para entregar uma cartão ao Marquês. Conforme o diálogo se desenvolve e a dinâmica de poder entre os dois muda, o gerente se direciona para mais próximo da câmera e fica maior que o quadro atrás, enquanto o Marquês se afasta e fica menor.

Warriors…
Imagem: Paris Filmes

Algo interessante sobre “John Wick” é que os envolvidos conseguem delimitar exatamente o que querem com os filmes e executar isso com primor. Cinema é uma forma de arte incrível, que possibilita a seus criadores impressionar, cativar, desorientar de diferentes maneiras.

O Chad Stahelski faz isso com quase três horas de “trocação” inventiva, personagens “cool“, um roteiro recheado de frases ligeiramente hilárias (“A forma como faz qualquer coisa é como faz tudo” é a minha predileta) e takes extremamente caprichados no visual.

Uma pérola que mostra o melhor do cinema de ação, junto de obras recentes, como “Atômica”, o coreano “A Vilã”, e outras mais lá de trás, como o francês “B13 – 13º Distrito”, o tailandês “Ong Bak”, “Kill Bill”, “Matrix”, e o clássico do kung-fu “Projeto China”.

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