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Crítica | Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Já no catálogo do Disney+, terceira aventura com Paul Rudd é uma ótima oportunidade para observar o quão estéril um filme da Marvel pode ser.

Recentemente, “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” foi adicionado ao catálogo do Disney+ aqui do Brasil. Se não tiver visto nos cinemas, não deixe essa oportunidade passar agora.

Não por o filme ser bom. Ele passa bem longe disso. Mas para conferir como a Marvel Studios, antes uma casa de ideias e produções pipoca de alto nível, conseguiu aprovar um longa-metragem tão estéril de criatividade.

Na trama, após os eventos em “Vingadores: Ultimato”, Scott Lang (Paul Rudd) segue como o Homem-Formiga dentro de uma “família formiga”, composta pelas Vespas Hope (Evangeline Lilly) e Janet (Michelle Pfeiffer), pelo Homem-Formiga original Hank Pym (Michael Douglas), e pela Cassie Lang (Kathryn Newton), filha de Scott, que utiliza um traje parecido com o do pai.

Os problemas começam quando Cassie revela para a família que construiu um aparelho para se comunicar com o Reino Quântico, um universo abaixo do universo normal, onde Janet passou anos presa. Quando a menina coloca a máquina para funcionar, a família é sugada para o Reino Quântico.

Por lá, eles se envolvem em uma guerra civil entre moradores locais e alguém chamado Kang (o ótimo Jonathan Majors, que fez o que pôde com o roteiro), uma ameaça interdimensional, que está preso ali e tem um envolvimento passado com Janet. A família, então, precisa derrotar o vilão, salvar o Reino Quântico e impedir a saída de Kang para que ele não destrua o multiverso.

“Quantumania” não é um filme cansativo. É uma aventura rápida, com cenas divertidas e um visual que joga elementos de “Star Wars”, “Star Trek”, “Doctor Who” e “Perdidos no Espaço” num liquidificador. Há muito do vilão Darth Vader em Kang. E rola uma homenagem ao “Uma Nova Esperança” em uma cena de bar.

O problema é todo o resto.

Imagem: Marvel

Produções da Marvel para as telonas seguem rendendo rios de dinheiro e funcionando como um pilar para a cultura pop atual. A qualidade de lançamentos recentes, contudo, é discutível. Destaco dois pontos que me são evidentes nessa queda:

O primeiro é que, após a união do universo narrativo cinematográfico com as séries originais para a Disney+ a partir de “WandaVision”, a maioria dos longas adquiriu um ar de serialização. Ele é causado por ocorrer um esforço em apresentar, de um jeito inorgânico, elementos e personagens nos filmes que, aparentemente, terão alguma importância em produções futuras, mas que não fazem tanta diferença dentro das histórias atuais.

No confuso “Pantera Negra: Wakanda Para Sempre”, por exemplo, é introduzida a personagem Riri Williams, que terá uma série própria em breve, mas cuja presença desencadeia um furo de roteiro que estraga toda a trama. No péssimo “Eternos”, o mesmo é feito com o Cavaleiro Negro, um cameo que não acrescenta nada ao enredo.

Em “Quantumania”, isso é reprisado com Kang. Prometido como o grande vilão de uma nova fase do MCU, aqui ele é rebaixado ao cara que apanha do Homem-Formiga (sem superforça) apenas para que, ao fim, descubramos que a ameaça agora é outra.

Imagem: Marvel

O segundo ponto é uma repetição de batidas de roteiro que tem contribuído para a impressão de que sempre assistimos ao mesmo filme e série, mas embalados em uma skin diferente. O que Riri Williams, America Chavez, Gaviã Arqueira, Yelena Belova, e agora a Cassie Lang, têm em comum? Ambas são personagens “nova geração” de outros já apresentados (Shuri, Doutor Estranho, Gavião Arqueiro, Viúva Negra e Homem-Formiga, respectivamente), mas com um verniz de juventude e genialidade para superarem seus antecessores.

Uma trama partir da capacidade da Cassie Lang em construir escondida um aparelho que faz algo que ninguém havia conseguido antes, mesmo ela sendo parte de uma família de grandes cientistas, já não causa mais surpresa, pois coisa parecida foi feita antes em “Wakanda Para Sempre”.

E aí, entram vários outros problemas que derrubam o filme num efeito dominó. Janet, que sabe o perigo do Kang, passa um pedaço enorme da rodagem omitindo informações dos demais personagens sem qualquer motivo aparente. O vilão do primeiro filme é transformado em um personagem icônico dos gibis e tem uma piada quanto a sua aparência repetida vezes os suficiente para que ela perca a graça.

O gimick visual de brincar com escalas a partir dos poderes de encolher e crescer dos heróis, bem utilizado nos dois longas anteriores, é inexistente aqui. Um pedaço enorme da graça é limado por quase tudo em tela ser em cgi, o que dá uma impressão de assistirmos a um desenho animado de acabamento ruim.

Imagem: Marvel

E mesmo os poderes de Kang variam de intensidade conforme o roteiro deseja. O modo como ele é derrotado ao final não faz qualquer sentido. Assim como o próprio desfecho é um enorme balde de água fria anticlimático, com dois personagens sendo deixados para trás no Reino Quântico… mas só por alguns segundos. Não há consequência alguma para os personagens do filme, nem para o MCU num todo.

Como dito, “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” não é cansativo. Dá para acompanhar como forma de matar tempo. Só que é um tempo gasto com um filme de qualidade duvidosa, que representa o quão baixo pode ser o nível atual da Marvel Studios em questão de roteiro, direção, efeitos especiais e bom senso no cenário hollywoodiano.

E pensar que meses depois esse mesmo estúdio lançaria um dos melhores filmes de seu catálogo. Mas falaremos disso em breve…

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